Francis Raposo Ferreira

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Desacordo ortográfico

Desacordo ortográfico

Um homem, levado ao juiz,

Ficar calado não é capaz

Quando este o Juiz e lhe diz:

Sabe o fato que aqui o traz?

 

Senhor Dr, Juiz, não leve a mal,

Mas parece que o senhor Doutor,

Não estará no seu estado normal,

Prevejo que vem aí coisa do pior.

 

O senhor só pode estar a brincar,

Vem aqui responder por um fato

E começa logo por me difamar,

Espero que esteja consciente do ato.

 

Sr. Dr. Juiz, vai ter de me desculpar,

Juro que não estou a compreender,

Então agora diz que me quer atar,

Afinal está pior do que possa parecer.

 

Estou a ver que teima em continuar,

Isto só irá agravar a sua situação,

Não pense que se vai sem se explicar

Sobre toda esta tremenda confusão.

 

Sr. Dr. Juiz, eu é que estou confundido,

Vª Exª. Duvidou qoe fato seja meu,

Depois deixou-me mais surpreendido,

Queria-me atar, não sei o que lhe deu.

 

Oh homem, veja se me entende,

Já não tenho paciencia para o aturar,

Quero lá saber de quem o ata ou prende,

E se o fato é seu ou não. Ponha-se andar.

 

O homem nem sequer hesitou,

Pôs-se logo ao fresco e a pensar,

Bendito acordo, foi quem me salvou,

Agora é tempo de eu me raspar.

 

Francis Raposo Ferreira


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